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O que a Covid-19 pode nos ensinar

Irani Rupolo


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A Covid-19 apresenta-se como uma realidade nunca vivenciada no modelo ao qual estamos habituados. Uma situação rara em que, a tomada de atitude diz respeito a todos e a cada um; em que a proteção da própria vida só acontece se os outros se protegerem e forem protegidos. Possivelmente, ainda não havia aflorado em nós, com tanta intensidade, a consciência de que realmente habitamos a "casa comum" e que precisamos compartilhar o cuidado com a vida.

Curiosamente, a melhor maneira de atenuar a disseminação da pandemia é o isolamento social. Esta não é uma medida popular, mas é a forma de conter a transmissão da doença, atenuar o colapso do sistema de saúde e evitar a perda de vidas. O distanciamento social oportunizou momentos para confrontar-nos conosco mesmos e repensar a vida como valor. Assim, compreendemos a recomendação para o distanciamento social como responsabilidade pela segurança uns dos outros, por todos nós.

Os meandros deste cenário instigam a uma verdadeira mudança em três aspectos que distinguem a pessoa como ser racional e social: a ação, a palavra e o pensamento. A palavra revela o pensamento concebido no espírito/consciência. Do pensamento e da palavra decorre a ação, realizando o que o espírito/consciência pensou. Em consequência, se alguma coisa nos induz a agir, a pensar ou a falar é necessário que pensamento, palavra e ação sejam orientados pela consciência.

Muito tem-se falado, ouvido falar e buscado compreender sobre esta nova realidade. Conscientes de que somos um só enquanto espécie humana, surge a questão: que pensamentos induzem a palavras e ações novas em vista de novos modelos de vida, pessoal e em sociedade? A população inteira deve aderir com esta disposição, pois um novo pensar depende de cada um de nós. A pandemia alterou profundamente hábitos de convivência e a forma de trabalho de todas as profissões.

Nesse contexto, o setor educacional também está fortemente impactado pela pandemia. O modelo que conhecemos para a educação já não cabe no presente e impacta desde já em um modelo futuro. Não importa se o ensino é presencial ou mediado por tecnologias. O obstáculo não está na tecnologia. A dificuldade encontra-se em mudar o modelo ao qual estamos habituados. A mudança do modo de pensar, falar e agir deve acontecer desde agora. A educação escolar em qualquer nível, necessita ser reflexiva e buscar soluções. Aprender com o que está ocorrendo, aprender uns com os outros e compartilhar os bons exemplos.

Uma situação inesperada veio acelerar esse processo de transformação do modo de ensinar e provoca a pensar e praticar a educação profundamente comprometida com a vida. Educar integralmente, inclusive para a solidariedade e formar para o respeito a normas coletivas. Educar para a solidariedade é relacionar o saber com práticas de valores humanitários; é identificar e fortalecer líderes de espírito fraterno e sensibilidade aos problemas humanos, pois é no coração que o conhecimento se transforma em sabedoria.

Esta mudança acontece quando o coração humano se transforma pela escolha de valores humanitários. Quando a pandemia passar, quanto teremos nos transformado? Se houver um passo evolutivo da humanidade pós Covid-19 é de ter aprendido que cooperar é melhor do que competir.

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